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Qual o lado correto de usar o papel alumínio? Veja dicas e possíveis riscos para a saúde

Você sabe qual o lado correto de usar o papel alumínio na cozinha? Em uma enquete feita pelo site BOL em sua página no Facebook, cerca de 70% dos internautas disseram que deixam a parte fosca em contato com o alimento e o lado brilhante virado para fora. Porém essa é a maneira errada de usar o material no preparo de alimentos, segundo o consultor gastronômico Luiz Spagnolli.

“O lado brilhante, mais liso, deve ficar do lado interno do cozimento, junto ao alimento. Por ser menos aderente, gruda menos na carne. Outra razão é que o lado brilhante é mais refletivo em relação às ondas de calor. Se ficar virado para o lado externo, o cozimento demorará mais”, explica o chef.

No entanto, a principal polêmica em relação ao uso de papel alumínio na cozinha está ligada à possível relação do metal com o Mal de Alzheimer. “Essa discussão é muito antiga. Ainda há quem questione, e não há uma prova definitiva. Existem textos na literatura que afirmam que o consumo de alimentos contaminados com o alumínio ao longo da vida pode servir de gatilho para a doença em quem já tem predisposição genética”, revela o neurologista André Felicio, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

Para Felicio, mesmo para quem não tem predisposição genética, não há como garantir que o alumínio não causará o problema ou trará outras consequências para a saúde. “O acúmulo de metais pesados é prejudicial e conta com o auxílio de outros fatores de risco, como o envelhecimento. Ficar mais velho é um processo pelo qual todos nós passamos, não há como evitar. Nesses casos, o alumínio também pode servir de gatilho para o Alzheimer”, explica o médico.

O uso correto do papel alumínio na cozinha poderia ser uma forma de reduzir o contato do metal com a comida, já que a parte brilhante adere menos ao alimento, porém o neurologista prefere a prevenção: “Existem muitas outras formas de nos expormos a esses metais pesados. Então, é importante evitar sempre que possível e usar outros materiais no preparo dos alimentos”, explica Felicio.

Apesar do posicionamento preventivo do médico, a Academia Brasileira de Neurologia libera a utilização do papel alumínio no preparo de alimentos. “Não existe nenhum estudo que prove que o consumo de pequenas quantidades de alumínio sejam realmente causadoras de algum tipo de demência. O risco existe para quem se expõe a grandes quantidades de alumínio, como em algumas fábricas. Fora isso, não há nenhum problema comprovado”, afirma o médico Ivan Okamoto, representante da ABN.

A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) também refuta a ideia de que o uso doméstico possa causar problemas de saúde. Em sua página na internet, a ABAL disponibiliza uma pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA), do Instituto de Tecnologia de Alimentos, que testou a possibilidade de transferência de material em alimentos feitos em panelas de alumínio. O experimento, realizado entre julho de 2001 e agosto de 2002, concluiu que, durante o cozimento de alimentos ácidos, onde há uma maior transferência de alumínio, há uma dissolução de 2% do máximo de material tolerável diariamente, levando em conta o limite estipulado pela Organização Mundial de Saúde. O índice foi considerado “não relevante” pela CETEA.

Para quem prefere evitar o uso, o consultor gastronômico Luiz Spagnolli explica que o papel celofane costuma ser uma opção para substituir o papel alumínio, mas nem sempre tem o mesmo efeito. “Por se tratar de um filme elaborado a partir de fibras naturais, não desprende substâncias tóxicas, porém permite que o líquido dos alimentos vaze por ocasião do cozimento. Em certos casos, isso prejudica o sabor”, finaliza o chef.

Fonte: BOL Notícias